Entre as últimas décadas do século XIX e princípios do século XX, os simbolistas conviveram num período em que o Brasil procurava conquistar sua maturidade mental e sua autonomia. Mesmo depois da independência de 1822, a Metrópole ainda continuava a exercer a sua ação colonialista. O comércio, as transações bancárias, a imprensa estavam sob o influxo da Metrópole. A primeira tentativa de autonomia deu-se com a Regência (1830-1841), mas só foi com a Proclamação da República que o Brasil separou-se definitivamente de Portugal. Esse fato levou os homens de letras do século XIX a explorar o tema do nacionalismo. A busca de “símbolos que traduzam a nossa vida social”, afirma Araripe Júnior.
O início do movimento simbolista brasileiro é marcado por conflitos no sul do país (1893-1895): A Revolução Federalista, a Revolta da Armada.
Tem-se a valorização do ritmo, das sensações, das sugestões, do indefinível. Enquanto o Parnasianismo compara o poema a um ourives, o Simbolismo o aproxima de um músico, que, em vez de sons, trabalhasse com palavras que tem o poder de evocar sentimentos e emoções, não o sentimentalismo choroso e superficial dos românticos, mas os profundos anseios e angústias que atormentam o espírito sensível do poeta.
Principais Autores: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens .
LÉSBIA
Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.
Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.
Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...
-- Cruz e Sousa / Broquéis (1893).
CRUZ E SOUZA
Da gota d'água de um carinho agreste
Geram-se os oceanos da Bondade.
O coração que é livre e bom reveste
Tudo d'encanto e simples majestade.
Ascender para a Luz é ser celeste,
Novos astros sentir na imensidade
Da alma e ficar nessa inconsútil veste
Da divina e serena claridade.
O que é consolador e o que é supremo
Cada alma encontra no caminho extremo,
Quando atinge às estrelas da pureza.
É apenas trazer o Ser liberto
De tudo e transformar cada deserto
Num sonho virginal da Natureza! CONTEMPORANIDADE:
"obsessão que os poetas tinham pela cor branca"
neblina
"obsessão pelo corpo e a obsessão pelo branco"
"Busca pelo misterioso"
Características do Simbolismo:
- Sugere em vez de descrever; simboliza em vez de nomear.
- Resdecobre a subjetividade.
- Explora subconsciente.
- Usa predominantemente imagens sensoriais e metafísicas.
- Musicalidade.
- Prefere as sinestesias.
- Utiliza letras másculas em substantivos comuns, para torná-los absolutos.
- Busca pelo misterioso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário